As estações e seus amores



E está aberta a temporada da carência. Pessoas enlouquecidas atrás de qualquer paixão, qualquer caso que ajude a esquentar os pés entre as cobertas. Nessa temporada não busca-se, necessariamente, um amor. Afinal, hoje em dia não é preciso amar para falar que ama, nem ao menos gostar para namorar. O essencial é ter alguém para falar que é seu e te esquentar no inverno. Mas o importante é que essas relações duram... Até o verão chegar.
Talvez seja por isso que eu acredito mais nos amores de verão. Considero até aquelas paixões de temporada de praia mais verdadeiras. Afinal, nos dias quentes ninguém é carente, ninguém sente a necessidade enlouquecida de ter alguém ao seu lado. Amar no verão é abrir mão de estar livre, é querer prender-se ao um único alguém, mesmo tendo possibilidade de ter outras várias opções. Enfim, amar em dias quentes nada mais é do que simplesmente querer estar perto da pessoa, por querer estar com ela, não apenas por não querer estar sozinho. Amar no verão é amar a pessoa, não somente a situação.
Não posso terminar sem dizer que também admiro amores que começam no inverno, mas somente aqueles que duram até o verão. Amores que começam em dias frios e prolongam-se até as tardes ensolaradas de dezembro. Amores que completam o ciclo das estações e que repetem-se, do inverno ao verão.

Incógnitas do viver


Tenho divago muito sobre o sentido da vida nas últimas semanas, mais do que sempre fiz, e não consigo expressar uma conclusão sobre todas as minhas teorias, porque a vida é simplesmente complicada, cheia de sentidos sem razão, de tristes alegrias, de derrotas vitoriosas. E em todas as minhas teorias, só consigo chegar a questões que as pessoas desconsideram, por receio de contrariar certos paradigmas.
Por isso chego as minhas principais perguntas: Até que ponto vale cuidar-se para viver mais, tendo que privar-se de coisas que se tem vontade de fazer? Até que ponto vale preocupar-se com a aparência para agradar pessoas que só querem saber do exterior? Até que ponto vale reprimir a vontade de gritar e dançar no meio da rua, só para não parecer louco e adequar-se a sociedade? Até que ponto vale pensar para viver? E até que ponto vale viver sem pensar?
A vida é um negócio complicado, parece ser difícil de entender, mas é fácil, as pessoas que complicam. Todo mundo espera mais. Todo mundo espera viver mais. As vezes, viver mais é viver em vão, não são precisos cem anos de vida para dizer que aproveitou a vida, muitos vivem mais em vinte anos do que outros em cem. Por isso digo que a vida é complicada, não se pode considera-la por tempo cronológico, porque o tempo não diz nada, prender-se ao tempo é bobagem, é deixar de viver.
Eu por exemplo, as vezes sinto que não terei muitos anos a se viver, por isso decidi viver sem vergonha do mundo, sem pensar direito. Quem me conhece sabe que vivo fazendo coisas sem sentido e diminuindo o que chamam de moral, perante aos padrões da sociedade, mas quem disse que eu ligo? Eu ligo em ser triste, em estar deprimida, em me recuperar das surras que a vida já me deu, isso sim é algo a se preocupar.  Porque do resto... ah, o resto não importa, só vivo em busca da felicidade que é o único bem realmente útil nessa vida louca cheia de curvas. Por isso hoje eu digo, talvez eu nem queria viver muitos anos, mas eu quero viver muito!
Viver é um verbo cheio de redundâncias, por que afinal, o que é viver? Muitos têm vida, mas não vivem. Viver é um estado de espírito, é fazer com que o mundo te veja, é fazer a diferença as pessoas, é ter a vida para si e não depender de ninguém, é não ter vergonha de ser quem é nem do que faz... Viver é ser feliz e ter orgulho disso. Viver é não ter medo da vida.

Os dias de verão estão passando?


          Demorei para te escrever porque estava evitando falar sobre meu atual estado. Não meu bem, não estou naquele estado deplorável de antes, porém não estou naquele estado de êxtase que tive em um tempo atrás. Acontece que alguns dias são mais fáceis que os outros, eu sei, a vida é sempre assim, mas nesse estágio de transição que estou isso parece muito. Apesar de tudo, até que vou indo bem, tento não demonstrar essas angústias que estão voltando, ninguém percebe como estou, porque você sabe, agora novamente consigo fingir que estou bem mesmo sem estar. O problema são as horas que eu não consigo fingir, como agora que estou te escrevendo com esse nó na garganta, que talvez não tenha motivo, com a feição caída de quem dorme o dia inteiro sem conseguir descansar.
Sim admito, a angústia e o medo voltaram a me rondar, esse desespero sem razão que tanto me assombrou está por aqui novamente, mas ainda consigo controlar e fingir que nada está acontecendo, e tenho fé de continuar assim, como já fiz uma vez. Minha maior esperança é que isso suma para sempre, para nunca mais me aterrorizar. E é obvio meu bem, já falei tudo isso para aquele doutor estranho, ele me disse que isso não deveria estar acontecendo, mas me disse que eu encontrarei o equilíbrio, até já troquei a minha dose de felicidade. Ah, se não fosse essas minhas doses de felicidade, não sei o que seria de mim. Porém, tenho que confessar que tenho medo de ficar dependente delas por muito tempo e não conseguir mais viver sem elas. Mas essa é minha vida nestes últimos meses e não tenho o que fazer, só me restando seguir com esperança.
                Encerro te dizendo para não se preocupar comigo, irei ficar bem, porque eu estou fazendo de tudo para isso. Já me convenci que não vai ser tão fácil quanto nas primeiras semanas, mas para que pressa? Não tenho pressa, sou calma como a brisa leve, tenho tempo para voar por aí, posso demorar pra chegar no meu destino e ser feliz do mesmo jeito. Eu sou assim, tenho que ser assim
                Enfim, um grande beijo daquela que te escreve sempre sem se preocupar com concordância ou interpretação, somente pensa em relatar os fatos de quem precisa desabafar e tem a certeza que um dia poderá ajudar alguém entender certas dúvidas e medos.

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