Escala de cinza


Acordou cedo mesmo sem obrigação, era raro, abriu a janela e viu aquele céu nostálgico, cinza e chuvoso, completamente sem vida. Obviamente que em um dia desses, ela iria lembrar-se de um certo sorriso, de certas conversas, de alguns abraços. É obvio que ela alternaria lembranças entre risadas e choro. É obvio que ela pensaria em reviver alguns momentos ou desejar que eles ainda fizessem parte de seu presente. Ela era assim. Ela odiava ser assim, mas não conseguia mudar.
Deitou novamente e olhou para aquelas paredes brancas, que pareciam transmitir imagens de um passado distante e de um passado recente. Viu a vida como se fosse um filme, uma comédia romântica, um drama, um suspense. Adormeceu novamente e quando acordou, situou-se no presente e assim, repetiu três vezes lentamente “Bons tempos, bons tempos, bons tempos”, segurou as lágrimas e forçou um sorriso. Foi então que levantou, balançou os cabelos, estralou o pescoço, e seguiu. Seguiu em direção ao presente, ao futuro. Seguiu em direção a vida, em busca de futuras lembranças que aparecerão em dias tons de cinza.

1 comentários:

    On 1 de maio de 2012 às 16:40 Anônimo disse...

    Eu sou assim também, infelizmente. Preciso mudar, mas quem disse que consigo? haha
    Adorei o post *-*
    Beeijos ;*

    Ah, tem conto novo no blog, dá uma passadinha lá ;) http://fugaadarealidade.blogspot.com.br/

     

Blogger Templates by Blog Forum